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Mesa Redonda: Vestibular

Mesa redonda de discussão sobre a situação atual dos vestibulares, experiências alternativas e novas propostas de formato.
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sábado, julho 15, 2006

 

Vestibular como ferramenta insuficiente de seleção para o Ensino Superior.


Prof. Dr. Marcelo Henrique Romano Tragtenberg
Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina
Grupos de Trabalho de Etnia, Gênero e Classe da APUFSC e ANDES-SN
Membro da Comissão da UFSC que discute ações afirmativas para acesso e permanência de índios, negros e estudantes de escolas públicas.

Na grande maioria dos cursos das Universidades Públicas é preciso selecionar os alunos, pois há vagas insuficientes. É preciso no entanto que haja objetivos claros nesse processo seletivo.Se os objetivos na seleção dos alunos forem:

(a) ter alunos com capacidade de realizar com mérito seus estudos;
(b) corpo discente com diversidade socioeconômica e étnico-racial;
(c) formar profissionais com várias origem socioeconômicas (permitindo maior igualdade de oportunidades) e vários perfis étnico-raciais, o vestibular tomado isoladamente isoladamente é uma ferramenta ineficaz.

Nos cursos mais concorridos principalmente há poucos alunos de baixa renda, negros e indígenas. Nos outros cursos é comum baixa proporção de alunos negros e indígenas. Vários estudos já mostraram que as notas do vestibular não correspondem ao desempenho dos alunos
ao longo do curso.

A comissão de vestibular da UNICAMP mostrou que os alunos da rede pública tem notas melhores que os da rede privada e por isso implantou um programa de ação afirmativa com pontos extras para egressos do ensino médio público que seriam em quantidade 1/3 maior no caso de serem negros ou indígenas. O relatório do primeiro ano dessa experiência mostrou que em 31 dos 56 cursos, já no primeiro semestre, os alunos tiveram nota média superior aos alunos do vestibular tradicional.

Estudo da UFRJ publicado na Ciência Hoje de janeiro de 2005 mostrou que a nota no vestibular não tem relação determinante na nota dos alunos nos cursos de graduação. Além disso, mostrou que a redução da nota de corte no caso de reserva de 20% das vagas para alunos de escolas públicas em cursos concorridos seria de cerca de 2 a 3%! Este estudo da UFRJ não pode ser realizado noaspecto étnico-racial pois a UFRJ não possuia o quesito cor-raça no formulário do vestibular!

Lamentavelmente a diversidade étnico-racial e socioeconômica não são ainda objetivos de várias universidades brasileiras. Por outro lado, não para de crescer o número de universidades públicas com cotas ou pontuação extra para estudantes oriundos de escolas públicas, negros e indígenas, hoje já na casa das trinta.

Estudo aceito para publicação nos Cadernos de Pesquisa de março/agôsto e realizado por nós em colaboração com João Luiz D. Bastos, Lincon Nomura e Marco A. Peres concluiu que duplicar vagas na UFSC não modifica o perfil socioeconômico e étnico-racial da instituição. E que se for instituída reserva de 50% das vagas para egressos do ensino médio público o percentual de estudantes negros não mudaria! Isso é coerente com a idéia que o racismo e a exclusão de negros se dá tanto na escola básica pública como a privada.

Se se pretende uma formação com diversidade para egressos que atuarão numa sociedade diversa, é preciso promover essa diversidade com medidas de ação afirmativa no ingresso de estudantes de baixa renda, negros e indígenas às Universidades públicas, sejam elas cotas ou pontuação extra. Por outro lado, qualquer programa de combate ao racismo e suas consequências no Brasil precisa assumir essa luta no interior da Universidade Pública não só no acesso e permanência de negros e indígenas, como na reformulação do conteúdo de forte conotação eurocêntrica.

Para que a sociedade seja mais diversa é fundamental a formação superior de mais pessoas negras e indígenas. Nosso percentual de negros formados é semelhante ao da África do Sul da época do apartheid e dos EUA segregacionista, além de ser cerca de 1/4 da população branca brasileria. Somos herdeiros desta herança terrível. Vamos ser conivente com ela? Recentemente o país viu a manifestação de parcela da comunidade acadêmica e alguns representantes negros contra o Projeto de Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial. Outra parcela da comunidade acadêmica e grande parte do Movimento Negro se colocaram a favor destes projetos de lei.

Gostaria de mencionar apenas um aspecto curioso e para mim bastante revelador do manifesto dos contra cotas e Estatuto da Igualdade racial: ele só foi organizado para impedir as cotas nas Universidades Públicas. Quanto da aprovação do PROUNI não houve tal manifesto. Quando se tratava de abrir vagas em Universidades Particulares em geral com menor qualidade que as públicas, houve silêncio. Mas no momento de abrir as oportunidades melhores da sociedade brasileira no Ensino Superior, há um protesto veemente. Neste momento, questiona-se a idéia de raça, e que essas medidas podem gerar racismo.

Curiosa hipocrisia: silêncio quando as piores vagas vão para negros e indígenas, e protesto quando pequena parte das melhores vão para esses grupos. Não seria esta uma marca de um neo-racismo, que só evoca o fim da noção de raça na hora de combater os efeitos da discriminação racial?

Biografia acadêmica: Bacharel e Licenciado, Mestre e Doutor em Física pelo Instituto de Física da USP, com estágio de pós-doutorado no Departamento de Física da Universidade de Oxford/Inglaterra. Professor do Departamento de Física da UFSC. Membro dos Grupos de Trabalho de Etnia, Gênero e Classe da Associação dos Professores da UFSC e do ANDES-SN. E-mail: marcelo@fisica.ufsc.br

Comments:
(a) ter alunos com capacidade de realizar com mérito seus estudos;
(b) corpo discente com diversidade socioeconômica e étnico-racial;
(c) formar profissionais com várias origem socioeconômicas


Atenção: é possível que as metas (a), (b) e (c) sejam incompatíveis (a menos que outros parâmetros da sociedade sejam alterados, como qualidade do ensino fundamental e médio público e distribuição de renda entre vários grupos étnicos). Alguns estudos (como o sobre o vestibular da UNICAMP) parecem indicar que um pouco de (b) e (c) são compatíveis (e talvez até ajudam) (a), mas pode bem ser que uma versão mais significativa de (b) e (c) não seja compatível com (a) (novamente, supondo a manutenção de outros parâmetros da nossa sociedade).

Não é bom ter em mente um conjunto de metas inconsistente.

Além disso, mostrou que a redução da nota de corte no caso de reserva de 20% das vagas para alunos de escolas públicas em cursos concorridos seria de cerca de 2 a 3%!

Deixe-me ver se entendi certo:

Primeiro, quero ver se entendo exatamente o que quer dizer reservar 20% das vagas para escola pública; acho que é o seguinte: 80% das vagas vão para os primeiros colocados do vestibular (digamos, colocações de 1 a n) e 20% das vagas vão para os melhores colocados no vestibular (a partir do (n+1)-ésimo colocado) que fizeram o ensino médio na escola pública.

Segundo, quero ver se entendo o restante da sua afirmação; seria: "assumindo que, sem cotas, a nota no vestibular do último que entra é x, então, com a reserva de 20% para escola pública, a nota no vestibular do último que entra seria 0.97x" ?

Isso indicaria que uma quantidade grande de alunos de escola pública chega "quase lá" no vestibular. Por outro lado, sabemos que a qualidade do ensino médio público no Brasil é, em média, uma desgraça. Será que esses alunos que entrariam com a reserva de vagas pertenceriam àquela elite das escolas públicas (como as escolas técnicas federais), que muitas vezes são até melhores que muitas escolas privadas? Ou será que seriam alunos de escola pública que conseguiram pagar cursinhos?

Será que essa cota de 20% geraria um efeito significativo para a sociedade em termos de inclusão social? Ou isso teria um efeito ínfimo? Afinal, aquela grande massa de gente que freqüentou escolas públicas muito ruins e não conseguiu pagar cursinhos, continuaria excluída. Não haveria outras estratégias mais eficientes para melhorar a inclusão social (como, por exemplo, investimento na educação básica pública e na criação de mais vagas em centros de formação superior técnica onde a excelência e a pesquisa não sejam prioridade; tipo "community colleges").

E que se for instituída reserva de 50% das vagas para egressos do ensino médio público o percentual de estudantes negros não mudaria!

Você tem idéia de porque isso acontece? Faria sentido tentar descobrir porque isso acontece e atacar o problema na raiz?

Lamentavelmente a diversidade étnico-racial e socioeconômica não são ainda objetivos de várias universidades brasileiras.

Mas talvez as suas metas (a), (b) e (c) sejam incompatíveis com os atuais parâmetros da sociedade. E para encarar as três metas seriamente seria necessário mudar esses parâmetros.

Estudo aceito para publicação nos Cadernos de Pesquisa de março/agôsto e realizado por nós em colaboração com João Luiz D. Bastos, Lincon Nomura e Marco A. Peres concluiu que duplicar vagas na UFSC não modifica o perfil socioeconômico e étnico-racial da instituição. E que se for instituída reserva de 50% das vagas para egressos do ensino médio público o percentual de estudantes negros não mudaria! Isso é coerente com a idéia que o racismo e a exclusão de negros se dá tanto na escola básica pública como a privada.

Você tem dados sobre a distribuição racial nas escolas públicas e nas escolas privadas? De que maneira específica o racismo influenciaria nesse processo de exclusão de negros nas escolas e nas universidades?

Por outro lado, qualquer programa de combate ao racismo e suas consequências no Brasil precisa assumir essa luta no interior da Universidade Pública não só no acesso e permanência de negros e indígenas, como na reformulação do conteúdo de forte conotação eurocêntrica.

Agora realmente os esclarecimentos são necessários. Conteúdo de forte conotação eurocêntrica? Exemplifique isso em cursos como matemática, física e medicina. Os teoremas matemáticos, as leis da física e a anatomia humana são iguais em todos os continentes e são iguais para todas as raças.

Gostaria de mencionar apenas um aspecto curioso e para mim bastante revelador do manifesto dos contra cotas e Estatuto da Igualdade racial: ele só foi organizado para impedir as cotas nas Universidades Públicas. Quanto da aprovação do PROUNI não houve tal manifesto. Quando se tratava de abrir vagas em Universidades Particulares em geral com menor qualidade que as públicas, houve silêncio. Mas no momento de abrir as oportunidades melhores da sociedade brasileira no Ensino Superior, há um protesto veemente. Neste momento, questiona-se a idéia de raça, e que essas medidas podem gerar racismo.
Curiosa hipocrisia: silêncio quando as piores vagas vão para negros e indígenas, e protesto quando pequena parte das melhores vão para esses grupos. Não seria esta uma marca de um neo-racismo, que só evoca o fim da noção de raça na hora de combater os efeitos da discriminação racial?


Não. Veja bem: muitas universidades particulares já são muito ruins, ninguém fica muito preocupado com o risco de piorá-las. Mas algumas universidades públicas são locais de excelência e pesquisa (de nível internacional!) e precisamos tomar decisões a respeito delas com muito mais cuidado. Algumas de nossas universidades públicas são motivo de orgulho nacional.

Vamos dar um exemplo futebolístico para ilustrar a situação: digamos que fosse criado um sistema de cotas de algum tipo (que implique em sistema de seleção não meritório) para seleção de jogadores de futebol para o time da esquina. Ninguém ia se importar muito. Mas se fosse proposto tal sistema de cotas para seleção de jogadores de futebol para a copa do mundo, haveria gritaria estérica em todos os cantos do Brasil.
 
Daniel, concordo com você que especialmente a) e b-c) podem ser incompativeis, dado que o processo é acumulativo: filhos da classe media e alta, predominantemente branca, tem mais oportunidades de ter melhor preparo e portanto mais chances de passar no vestibular, especialmente nas carreiras de prestigio (que nao sao as cientificas mas sim Medicina, Direito e Engenharias). Isso significa que seu filhos, por sua vez, também terão oportunidades maiores, e o ciclo se repete. Imagino que isso seja a origem do fato de que a distribuição racial dentro da universidade seja pior que a da Africa do Sul.

Ou seja, talvez ficar esperando a Utopia (ensino publico de qualidade, que seja competitivo com o ensino privado e cursinhos), ou uma equalização da distribuição de renda que só viria se o racismo sumisse do dia pra noite (na contratação e niveis de salario nas grandes empresas, por exemplo), seja meio irrealista.

Seria como dizer que as ações do PCC irão desaparecer no dia em que houver justiça social no Brasil e todos tiverem oportunidades iguais, e que portanto não precisamos fazer nada "agora" (nenhuma ação do Estado), dado que o mercado um dia dará conta do recado.

Eu imagino que precisamos também separar a questão da qualidade na pesquisa da qualidade na graduação. Pesquisa é feita principalmente por pós-graduandos, ou seja, gente que saiu da universidade, nao gente que está entrando. Não imagino como a questão de cotas ou ações afirmativas (não as estou defendendo aqui) possa afetar a qualidade da pesquisa na Universidade.

Então, a questão que fica é: alunos favorecidos por ações afirmativas terão desempenho pior e evasão maior de modo a comprometer a eficiencia da Unifersidade na razão estudantes que entram/estudantes que saem?

E mesmo que isso aconteça, acontecerá em uma taxa significativa a ponto de comprometer o desempenho da universidade.

Deixa eu explicar melhor meu ponto. Me parece que, ao contrario dos EUA, não temos aqui programas de bolsas para esportistas entrarem nas universidades - o que me parece ser um dos canais de ascensão social dos negros naquele pais, ou seja, um meio efetivo sem que leve em conta explicitamente condições socio-economicas e raciais, uma vez que a oportunidade de ser bom esportista está aberta a todos, não?

Se eu por exemplo dar pontos a mais no vestibular para esportistas, e com isso entrarem por exemplo N alunos desse tipo por turma, isso iria prejudicar o desempenho da universidade? Qual seria o valor de N para que esse prejuizo se torne visivel?

Bom, pelo menos nos cursos de Educação Física, eu imagino que deve haver provas de aptidão além da prova escrita, não é mesmo? Ou não?
 
Brilhante post!
 
Vamos deixar de ser hipócritas, as universidades públicas estão com bastante vagas ociosas, logo há pessoas por aí achando melhor deixar essas vagas ociosas do que disponibilizá-las através de ações afirmativas para quem nunca conseguiria entrar na universidade ou porque não teve oportunidade para tal ou porque nunca chegaria a tê-las, isso é no mínio paradoxal se não desumano!
 
Ou seja, talvez ficar esperando a Utopia (ensino publico de qualidade, que seja competitivo com o ensino privado e cursinhos), ou uma equalização da distribuição de renda que só viria se o racismo sumisse do dia pra noite (na contratação e niveis de salario nas grandes empresas, por exemplo), seja meio irrealista.


Mas existem soluções como criação de cursos profissionalizantes em nível superior em que não se espera pré-requisitos tão sofisticados dos alunos como nas universidades de pesquisa. Isso não é utópico. Por exemplo, em São Paulo foi criada a USP leste (EACH) e em vários lugares do Brasil foram criadas várias federais (UNIABC em São Paulo) em bem pouco tempo. Então parece que não está faltando dinheiro. Só não está sendo bem usado. Há uma certa hipocrisia dos governos em querer fingir que pode-se criar centros de excelência do dia para a noite. Seria melhor investir esse dinheiro nos tais cursos profissionalizantes do que querer criar novas pseudo-universidades de pesquisa.

Eu imagino que precisamos também separar a questão da qualidade na pesquisa da qualidade na graduação. Pesquisa é feita principalmente por pós-graduandos, ou seja, gente que saiu da universidade, nao gente que está entrando. Não imagino como a questão de cotas ou ações afirmativas (não as estou defendendo aqui) possa afetar a qualidade da pesquisa na Universidade.


Não vai afetar de imediato. Mas esses alunos que saem da universidade e viram pós-graduandos são alunos que eventualmente entraram na universidade e foram alunos de graduação. Então precisamos também manter o alto nível dos cursos de graduação se queremos ter pesquisa e pós-graduação de bom nível (ok, o IMPA não tem graduação; mas ele importa bons graduados de outros lugares. Então, de todo jeito, alguém precisa formar esses bons graduados). Se você tem x ingressantes muito fracos e y ingressantes fortes no mesmo curso, como você vai compor essas classes? Se juntar alunos com nível de preparo muito diferente na mesma classe (digamos, alunos que tem dificuldades em resolver uma equação de segundo grau com alunos que dominam toda a matéria de matemática do colégio), não vai ser viável ministrar as disciplinas. Você poderia separar... turma 1 para os x fracos e turma 2 para os y fortes... mas imagine o clima ruim que isso traria para dentro da universidade (especialmente se as circunstâncias fizerem com que exista relação grande entre turmas 1, 2 e grupo étnico ou socio-econômico). E, essa pressão da sociedade que existe agora para se colocar alunos fracos nos bons cursos de graduação, subiria para o próximo nível; haveria aqueles indignados: "por que só o pessoal da turma 2 consegue entrar na pós? tem que ter cotas na pós para o pessoal da turma 1...". E lá vamos nós de novo...

Então, a questão que fica é: alunos favorecidos por ações afirmativas terão desempenho pior e evasão maior de modo a comprometer a eficiencia da Unifersidade na razão estudantes que entram/estudantes que saem?

E mesmo que isso aconteça, acontecerá em uma taxa significativa a ponto de comprometer o desempenho da universidade.


É tudo uma questão do grau com que as ações afirmativas são adotadas. É até possível (embora não esteja claro para mim se isso é verdade) que a adoção de ações afirmativas em grau pequeno serviria como um ajuste de mérito, melhorando o nível da universidade. Mas creio que a adoção de ações afirmativas em grau elevado pode realmente detonar a qualidade da universidade. É tudo uma questão de estudar o que é o grau adequado (se é que há) e o grau elevado, em termos numéricos. E aí precisa olhar para dados concretos, fazer contas e pensar...

minha crença (embora ainda não rigorosamente fundamentada) é a seguinte:

a) se adotamos ações afirmativas num grau que não prejudique o nível da universidade, então o efeito positivo que isso terá sobre a sociedade é irrisório;

b) se adotamos ações afirmativas num grau que faça diferença para a sociedade, detonamos a universidade (e acabamos por prejudicar mais ainda a sociedade, no final das contas).

Bom, pelo menos nos cursos de Educação Física, eu imagino que deve haver provas de aptidão além da prova escrita, não é mesmo? Ou não?

Sim, certamente que há, e quem sabe deveria haver mais provas de aptidão em outros cursos? Matemática?
 
Vamos deixar de ser hipócritas, as universidades públicas estão com bastante vagas ociosas, logo há pessoas por aí achando melhor deixar essas vagas ociosas do que disponibilizá-las através de ações afirmativas para quem nunca conseguiria entrar na universidade ou porque não teve oportunidade para tal ou porque nunca chegaria a tê-las, isso é no mínio paradoxal se não desumano!

Primeiro não sei se são tantas vagas ociosas assim. Certamente nos cursos mais procurados (Direito, Medicina, Engenharia) não há vagas ociosas. E veja... também não ajuda nada você colocar um rapaz pobre e desempregado numa vaga que sobrou no curso de Aramaico... será que isso vai mesmo ajudá-lo?

Além do mais, não há paradoxo nenhum em haver vagas ociosas. Se temos 500 vagas e apenas 250 alunos com pré-requisitos suficientes para acompanhar o curso, deveríamos ocupar só as 250 vagas e não 500...

por exemplo, temos (cerca de) 720 vagas na Poli... não acho que os 720 que entram lá sejam suficientemente preparados. Defendo um vestibular não só classificatório mas eliminatório, isto é, precisa ter um desempenho mínimo para entrar; não tem problema nenhum se sobrar vaga... pior é ocupá-las com pessoas que não estão qualificadas para isso.
 
Pelo jeito esse debate vai esquentar... por isso aviso que estou indo para Salvador participar de um congresso e só volto na sexta-feira 21/07... minha capacidade de responder e comentar ficará reduzida até a minha volta.
 
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